Foi em um terreno de 318 metros quadrados, atualmente localizado na rua Treze de Maio, número 1224, no centro de Curitiba, que o alemão Frederico Kirchgässner construiu, em 1930, a primeira obra de arquitetura moderna da cidade. 

Nascido em Karlsruhe, na Alemanha, em 1898, e registrado em Ibirama, Santa Catarina, logo que chegou ao Brasil com a família no mesmo ano, Kirchgässner demonstrava talento para o desenho desde a infância. Mais tarde, inscreveu-se em um curso alemão de arquitetura à distância. Em 1929, viajou para o país de origem para obter o seu diploma e, de volta ao Brasil, projetou a casa para morar com a esposa, uma artista alemã chamada Hilda Kirchgässner. 

De 1930 a 1950, a casa foi um exemplar único, isolado na cidade e, talvez por isso, seus proprietários foram considerados futuristas. No entanto, engana-se quem pensa que o termo era usado com ar de elogio; pelo contrário, o termo era praticamente uma ofensa que demonstrava falta de seriedade. A obra foi considerada tão inadequada pelos curitibanos da época que há relatos de que vizinhos chegaram a arrecadar dinheiro para dar ao proprietário a fim de que ele pudesse ter a 'decência' de acrescentar um telhado. Afinal, uma casa apenas com laje só podia ser coisa de gente sem o menor juízo. 

Somente com a construção do Centro Cívico, o modernismo finalmente se estabeleceu na capital paranaense e, por fim, a casa de Frederico Kirchgässner foi reconhecida como absolutamente revolucionária. 

Fontes: Acervo Curitiba Histórica / Gazeta do Povo / Tese de doutorado de Giceli Portela Cunico de Oliveira.

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