Curitiba experimentou pela primeira vez o transporte público, o sistema de bonde de mulas, em 1887. O percurso da primeira linha partia da rua Barão do Rio Branco, onde ficava o armazém da Companhia Ferro Carril Curitibana, da casa de Ildefonso Pereira Correia, Barão do Serro Azul, em Fontana, ou da boulevard Dois de Julho, hoje rua João Gualberto. O que é certo é que o destino final era o Batel, que na época era um bairro comercial onde também funcionavam várias indústrias.

Mas foi em 1896 que os vereadores elegeram uma das primeiras leis destinadas a disciplinar o trânsito, especificamente para cavalos, carroças e bondes que circulavam sobre trilhos. A medida determinava que os animais utilizados em veículos devessem ser conduzidos em alta velocidade, não sendo permitidos chicotes, e que motoristas e passageiros ficavam proibidos de perturbar a ordem pública gritando com objetos.

Apesar de bem aceito pelo público, o novo sistema era considerado bastante vulnerável, pois ao ser inaugurado permitiu que os passageiros desembarcassem sem pagar passagem. Além disso, em alguns casos, os cargueiros, concorrentes desse método, principalmente na movimentação de mercadorias, boicotaram o sistema, estacionando nas pistas ou usando paus e pedras para impedir a passagem pelos trilhos. Questões de segurança também deixavam a desejar. Um jornal da época noticiou o primeiro acidente.

O boletim informava que “centenas de nº. 03, na rua da Assembleia (atual Doutor Muricy), chegou tão rápido que não acompanhou a curva da casa do Dr. à direita, mandando muitos passageiros para fora de seus assentos”. 

O transporte nesta modalidade se encerrou no início do século XX.

Fontes: Acervo Curitiba Histórica / Câmara Municipal de Curitiba.

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